O Maravilhoso desfile de 2006

Hoje é dia 06 de junho, ou seja, 06 do 06, portanto nada melhor que lembrar o carnaval de 2006. Criticado por muitos por ter sido patrocinado pela Malwee, o fato não impediu que fosse um grande desfile. Mesmo que outras escolas já utilizassem patrocínios de empresas em seus desfiles desde o ano 2000, muitos consideram como se o desfile de 2006 da Aliança fosse o primeiro. O enredo que seria apresentado pela escola era outro, mas de última hora, quando a diretoria estava pronta para bater o martelo, surgiu este enredo. Em seu desfile a Aliança levaria para a avenida a história da família Weege, seus empreendimentos e a comemoração de seus 100 anos no Brasil. Devido a grande quantidade de aspectos que seriam abordados, quando se especulava qual era o tema, muitos foram os "chutes". Pouca gente acertou. O maior de todos os palpites era de que a Aliança falaria sobre a imigração alemã, o que causou muita desconfiança entre os componentes. O motivo desta desconfiança? Em 1998 e em 2003 a escola havia conquistado seus títulos vencendo uma co-irmã que falou justamente sobre a imigração austríaca e italiana respectivamente. No entanto quando se lançou a camiseta com um verde claro inconfundível e uma das estampas mais bonitas da história da Aliança, aliada a qualidade das malhas Malwee(talvez por isso tenha sido um grande sucesso de vendas) e o nome do enredo "Gostosa como um abraço", ou seja, o slogan da empresa, os componentes se perguntavam, mas não era sobre a imigração alemã? Não. Alívio para os supersticiosos que defendiam que falar sobre imigração dava azar. A imigração alemã estava no enredo, mas não era o tema central. Seria uma das histórias abordadas por ele: a vinda de uma família de imigrantes alemães para Santa Catarina. Com o tempo, o enredo foi caindo no gosto popular. O lançamento do samba mostrou que aquele poderia ser o segundo bicampeonato da escola. Com letra poética e ritmo bom, o samba tinha os dois refrãos muito contagiantes. O central era do tipo pergunta e resposta, ou seja, o puxador canta a primeira parte, e a escola responde na segunda, uma fórmula de sucesso já consagrada. Mas o grande diferencial era o refrão final. Começando com um Olelelelelê, ele era alegre e prometia levantar a arquibancada. Era tudo que a Aliança precisava. As especulações quanto aos valores do patrocínio da Malwee foram muitas, no entanto nunca se soube ao certo. Os jornais divulgavam valores que variavam de 450 a 650 mil reais. Mas independente do valor correto a verdade é que a escola teve dinheiro suficiente para fazer um grande desfile: luxuoso, bem acabado e com os efeitos que desejava. Para encrementar o desfile ainda contou com a presença da atriz Joana Balaguer como Musa da bateria, Luciano Szafir como destaque do último carro e Falcão, o melhor jogador de futebol de salão do mundo que também foi destaque. Estava tudo perfeito, e o desfile não seria diferente. Quando as bandeirinhas começaram a ser distribuidas na avenida antes do desfile mais uma surpresa. O tradicional branco cortado pela faixa verde, ou seja, cópia do pavilhão original foi subistituido por bandeiras estilizadas e totalmente verdes. Quando a Aliança pisou na passarela, toda a avenida XV tremulava bandeiras verdes, e num aconchegante corredor foi abraçada pelo público, cruzando a passarela do samba para ser campeã. Apesar da fantasia e coreografia da comissão de frente não ter encantado o público os comentários eram dos melhores, e muitos diziam: "não tem pra ninguém, a Aliança já ganhou". Mas a escola nunca foi de cantar vitória antes da hora. A espera foi longa, porém menor do que nos outros anos, uma vez que o resultado seria divulgado na terça feirade carnaval e não na quarta feira de cinzas. Naquela tarde mesmo vendo a escola perder 0,8 pontos os componetes puderam gritar: "É campeã!". Hoje aquele fevereiro de 2006 está apenas na memória, mas sempre será lembrado como o enredo da Malwee e o samba do Olelelelelê. O carnaval em que a Aliança conquistou seu quinto título!