Com o melhor desfile de sua história, a confiança no sétimo título aumentava a cada momento, foi apenas uma questão de tempo para que os rostos de angústia da Galera Verde e Branco se modificassem para abrigar enormes sorrisos.
Disposta a terminar o carnaval de Joaçaba em uma posição melhor que o de 2008, a Aliança fez um grande trabalho ao longo do ano. A escola sabia que para fazer a diferença era preciso apenas uma coisa: ser mais Aliança do que nunca. E baseado nisso a escola começou com o pé direito com a escolha do enredo sobre o negro e sua influência na cultura brasileira. Um ano marcado por altos e baixos, em que torcedores e sambistas viveram momentos de tensão conforme as notícias iam chegando, algumas boas, outras nem tanto. Para uma escola marcada pelo luxo e bom acabamento, o fato de o enredo não ser patrocinado (a única escola em 2009) podia ser sinônimo de falta de recusros para fazer um desfile realmente competitivo. Foi aí que entrou em cena o trabalho dos carnavalescos e do pessoal do barracão para tirar essa diferença. Como diz um antigo samba do Salgueiro (escola campeã do carnaval do Rio em 2009) "tem que se tirar da cabeça o que do bolso não dá". Apesar dessa notícia a escola colocou na cabeça que em 2009 seria diferente. Chegado o desfile era hora de conferir se tudo o que foi modificado ao longo do ano surtiria o efeito desejado. Confirmando o que já se via nos ensaios técnicos a comissão de frente comandada pelo coreógrafo Rafael Hoffelder deu nova cara a abertura da escola. Rafael aproveitou muito bem a excelente qualidade das bailarinas e idealizou uma coreografia alegre e muito sincronisada, resultado de quatro meses de ensaios exaustivos. Em seguida o primeiro casal, Ula e Baianinho, em sua última apresentação, entraram na avenida dispostos a sair dela com os 40 pontos. Com o bailado inconfundível e o entrosamento de 12 carnavais a dupla mostrava que dificilmente seria penalizada. A partir do abre-alas a escola se apresentou com muito luxo e cores. O primeiro carro mostrando um império africano já demonstrava o que seria a apresentação: um luxo só. As cores fortes da África, em fantasias bem acabadas e muito criativas, carros grandes e de acabamento impecável fizeram o diferencial. Ao final do desfile da escola, mesmo antes de todas as agremiações terem desfilado, muitos já diziam, a Aliança será a campeã. O samba de autoria de Gusttavo Clarão (estandarte de ouro pela Magueira como melhor samba em 2009) e Gustavo Busetti levantou as arquibancadas principalmente quando o refrão principal era cantado na voz de Ciro Morais, que retornou à escola em grande estilo. A bateria mais uma vez comandada por mestre Alexandre mostrou por que já recebeu 19 notas 10, e apresentou-se em total harmonia com intérpretes, samba e componentes. Por falar em componentes, estes foram os responsáveis pela excelente evolução, considerada uma das melhores de todos os desfiles, e hamornia da escola. Assim, mostrando-se uma guerreira, e mais viva do que nunca na busca de títulos, a Aliança apresentou uma grande obra. E foi justamente esse conjunto de fatores que fez com que a agremiação fosse apontada como favorita por diversos meios de comunicação. Na terça-feira a avenida XV de novembro estava tomada pelo verde, branco e laranja(cor oficial do enredo) dos foliões para aguardar a apuração das notas. Perdendo apenas 0,7 décimos, dois a menos que a campeã de 2008, a Aliança venceu mais um carnaval. Após quatro anos a escola voltou a vencer com jurados oriundos do Rio de Janeiro, e assim consagrou-se a maior campeã da Liesjho, com 7 títulos e a única escola a vencer com jurados vindos de todas as origens. Um grande resultado para o melhor desfile de nossa história, naquele que foi considerado o melhor carnaval de Joaçaba de todos os tempos.
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