Paraíso Imaginado, Eldorado Cobiçado, Título Conquinstado!

Já era madrugada de domingo quando o céu ficou colorido com fogos de artifício. Era o anúncio de que em instantes iniciaria o desfile da Aliança. Fazendo o 'esquenta' com a 'Ave Maria' no cavaquinho a escola pediu aos céus a proteção para realizar um grande desfile. Antes mesmo de a escola entrar, muitos nas arquibancadas já se hemocionavam com a abertura do desfile, que seria repleto de surpresas e novidades. Na comissão de frente estava a primeira surpresa. A tradicional ala exclusivamente feminina ganhou um componente masculino. Rafael Hofflelder mais uma vez comandou o grupo que em 2010 foi formado por 14 bailarinas e um bailarino. Outra surpresa ficou por conta do tripé-altar apresentado junto a coreografia, fato inédito na escola. O entrosamento e a coreografia rápida destacaram-se no grupo mais uma vez, provando por que nos dois últimos anos a escola só tirou notas 10 no quesito.
Logo em seguida quem fazia sua estréia era Wladimir e Laís, o novo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Aliança. Com a difícil missão de subtituir os eternos Ula e Baianinho o novo casal contou com o apoio de coreógrafos e da própria Ula. Ensaiando desde o final de 2009 o casal fez apresentações seguras ao longo da avenida e mostraram que têm talento para ficar no posto por muitos carnavais. A partir do abre-alas o que se viu foi uma Aliança enorme, disposta a conquistar mais um título. O primeiro carro, todo em branco e prata mostrou o paraíso imaginado pelos europeus. Os acabamentos e efeitos especiais encantaram o público já no começo do desfile. Em seguida, cada ala que passava trazia a garra e a alegria de cada componente estampada em seus rostos. A ala de baianas vestida de dourado chamou a atenção pela bela fantasia. Na bateria, mestre Alexandre mais uma vez deu uma aula. Foram mais quatro notas 10, a única bateria nota 10 do carnaval. As paradinhas e bossas preparadas para o desfile levantaram o público.
O carro de som comandado por Ciro Morais também foi muito bem. O samba que já era muito cantado no período pré carnaval explodiu nas arquibancadas. Não tinha uma única pessoa que não cantasse, mesmo que baixinho o 'Bate, bate bate coração'. Emoção também era ver os componentes entoarem 'Agora, a tristeza vai embora...'. No final do desfile, mais uma surpresa ainda estava por vir. O último carro, celebrando a festa dos mortos do México trouxe muitas cores e muito neón. Os efeitos visuais encantaram o público, e ao final do desfile muitos já apostavam: 'Aliança campeã!'. Na terça-feira veio a confirmação. Perdendo apenas 0,7 décimos, mesma pontuação do ano passado, e 'gabarintando' conco quesitos, os 360 dias de trabalho foram recompensados. Mais uma vez a Aliança era campeã. O acabamento primoroso, o luxo de fantasias e alegorias, o planejamento, a organização e o respeito ao público foram coroados. Com 1300 componentes e cinco alegorias a escola fez a festa para o povo, e melhor, com o povo, o seu povo.